"Devil all the time", de Antonio Campos (2020)
Filho do jornalista Lucas Mendes, o roteirista e cineasta Antonio Campos adaptou o livro de Donald Ray Pollock e realiza um ambicioso drama de suspense que cobre 20 anos da vida de diversos personagens, indo dos anos 50 a 70, exatamente no pós segunda guerra mundial até a Guerra do Vietnã.
Com um elenco mega estelar: Robert Pattinson, Tom Holland, Bill Skaasgard, Riley Keough, Harry Melling, Mia Wasikowska, JAson Clarke, entre outros, o filme tem como tema a maldade humana baseada em preceitos cristão, usando como argumento a fé em Deus para poder praticar os crimes.
A violência impera no filme: feminicídio, serial killers, vingança, ritual religioso com sacrifícios, suicídio, assassinatos, estupros. O filme é uma compilação do pior da escória humana.
A narração do próprio autor do livro, Donald Ray Pollock , cobre todo o filme, mesclando épocas, personagens e dando mais informações ao espectador, algo como Lars Von Triers em seus filmes, para trazer dados psicológicos dos seus personagens.
A estrutura do filme é em formato filme painel, à la Robert Altman: todos os personagens de certa forma acabam se cruzando, direta ou indiretamente: tem o veterano de guerra Wallace (Skaasgard) e seu filho, Arvin ( Holland). O Pastor abusador (Pattinson). O casal de serial killers (Jason Clarke e Riley). A mulher fervorosa
(Wasikowska) que acredita em seu marido, um pastos psicopata (Melling). Além desses, outros personagens surgem, mais como vítimas da fé, e em nome dela.
Antonio Campos tece cada história com maestria, provocando surpresas o tempo todo e costurando bem todas as sub-tramas. Fico imaginando o grande trabalho que foi editar o filme, e tantos vai e vens narrativos. O elenco todo está excelente, mas o destaque absoluto vai para Holland e Pattinson, saindo de suas vestes de Homem aranha e Batman para enfrentar o maior vilão de todos: o próprio ser humano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário