quarta-feira, 11 de julho de 2018

Minha filha

"Figlia mia", de Laura Bispuri (2018) Poderoso drama italiano, "Minha filha" competiu no Festival de Berlin 2018, e infelizmente, não levou nenhum prêmio. Uma das grandes injustiças foi não ter sido agraciado com um Prêmio de interpretação feminina, que poderia perfeitamente ter sido dividido pelo trio principal: Valeria Golino, Alba Rohrwacher e Sara Casu, respectivamente. Tina, Angelica e Vittoria. "Minha filha" é um filme dirigido por uma mulher e totalmente protagonizado por elas. Os homens têm participação secundária no projeto, e mesmo assim, são vistos como covardes, mau caráter, aproveitadores e machistas. É um filme dos novos tempos, de reafirmação do gênero feminino e da sua força através da ajuda de uma mulher à outra mulher. em uma região pobre de pescadores na Sardenha, vivem Tina, sua filha Vittoria e a amiga de Tina, Angelica. Angelica é uma alcóolatra que se joga nos braços do primeiro homem que aparece. Angelica está endividada, e pede ajuda à sua amiga Tina. Logo, descobrimos que Vittoria na verdade, é filha de Angelica, mas que a cedeu à Tina para criar por não ter condições para tal. Tina tenta esconder Angelica de Vittoria, mas logo ela percebe a verdade e se aproxima de Angelica, provocando tristeza em Tina. Com um roteiro que passeia pelo melodrama, a cineasta Laura Bispuri filma tudo com bastante delicadeza e virulência, assim como são as personagens de Tina e Angelica. As locações áridas complementam essa trajetória melancólica e sofrida dessas 3 mulheres, em um filme que poderia ter sido uma renovação do neo -realismo italiano. A cena final é de uma beleza estonteante. Alba Rohrwacher é uma atriz que eu acompanho já tempos, e é de um talento irrepreensível. Um filme que merece ser visto por quem gosta de dramas familiares com ótimos diálogos e performances poderosas.

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