domingo, 22 de julho de 2018

Ferrugem

"Ferrugem", de Aly Muritiba (2018) Diretor dos premiados "Para minha amada morta" e 'Tarântula", Aly Muritiba muda radicalmente de temática e aposta no drama sobre a adolescência e o bullying. Temas comuns do longa "Elefante", de Gus Van Sant, e do seriado da Netflix, "13 reasons why", "Ferrugem" tem um sabor bem brasileiro: rodado em Curitiba, com um ótimo elenco de jovens talentosíssimos, que dividem a tela com os experientes Henrique Diaz e Clarissa Kiste, excelentes como os pais de Renet ( Giovanni de Lorenzi), um jovem estudante atormentado com uma tragédia que se abateu no colégio aonde estuda. Tifanny Dopke, no papel de Tati, a personagem que costura o filme, também é uma bela surpresa. Bem dirigido, com perfeito domínio de cena e de marcação de movimentação, o filme se constrói através de planos longos, reflexivos. Doloroso, o filme propõe um debate acerca de temas muito comuns ao universo adolescente: falta de comunicação com os adultos, a rede social usada como arma, o bullying, o desprezo, o isolamento e depressão entre jovens. Nessa falta de perspectiva de um mundo melhor para a juventude, o filme abre caminho para reflexão e quem sabe, mudar o rumo de quem acha que não existe solução para os seus problemas. Tecnicamente impecável, com lindas locações e bela fotografia de Rui Poças. O filme foi selecionado para o Festival de Sundance 2018, na Mostra competitiva World Cinema.

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