segunda-feira, 23 de julho de 2018

Foxtrote

"Foxtrot", de Samuel Maoz (2017) Diretor do excelente "Líbano", o Cineasta israelense retorna com "Foxtrote", onde também assina o roteiro. Vencedor do Grande Prêmio do Juri em Veneza 2017, além de inúmeros de outros prêmios em festivais internacionais, "Foxtrote" é um filme extraordinário, dividido em 3 atos. O filme chegou a ser banido pela Ministra da Cultura israelense, revoltada com a premissa do filme, e que promoveu uma Campanha para proibir o Governo israelense de financiar filmes que denegrissem a imagem do exército. O argumento do filme veio de um fato que aconteceu com a filha do Cineasta. Ele havia negado fornecer dinheiro para ela ir até a escola de táxi, pois ela estava atrasada e ele a culpou pelo atraso. Acabou a obrigando a pegar um ônibus. Ao chegar em casa, ele descobriu que o ônibus que ela estava tinha sido explodido. Atormentado pelo sentimento de culpa, ele soube horas depois que ela estava sã e salva. O título do filme vem da dança popular, famosa por seus movimentos longos e repetitivos, uma metáfora do filme de que as fatos nas nossas vidas, muitas vezes vêm e voltam para o mesmo ponto de partida, dando a sensação de que nada avança. No 1o ato, uma família descobre que seu filho morreu durante um combate. Os pais de Jonathan passam o dia em luto e depressão profundos, tentando entender o sentido de tudo. No 2o ato, um grupamento de 4 jovens soldados cumprem serviço em uma fronteira. Cabe a eles inspecionar todo mundo que quer atravessar a guarita. No 3o ato, voltamos à mesma famiíia do início do filme, ainda tentando sobreviver ao luto pela perda do filho. O filme tem várias cenas antológicas: a cena da dança na fronteira, a cena do pai no 1o ato, em um trabalho extraordinário do Ator Lior Ashkenazi, de verdade, assombroso. Direção, fotografia, montagem, e um roteiro poderoso, que me lembrou a costura feita por Tarantino em "Pulp fiction

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