segunda-feira, 30 de julho de 2018

Alguma coisa assim

"Alguma coisa assim", de Esmir Filho e Mariana Bastos (2017) Eu sou um grande apaixonado pelo premiado curta homônimo que deu origem a esse longa. Exibido em 2006, o filme, ambientado em São Paulo, mostrava a amizade entre Mari ( Carol Abras) e Caio ( André Antunes). Mari sente paixão platônica por Caio, mas ele, ao se declarar gay, frustra a expectativa da amiga. O filme lidava lindamente com a questão do amadurecimento dos pós-adolescentes, de forma extremamente delicada e sutil. 12 anos depois, Esmir Filho e Mariana Bastos lançam o filme com os mesmos personagens, e tratam do difícil tema da aceitação de ser adulto. Agora já com quase 30 anos, os personagens já possuem outros itens incorporados ao seu dia a dia: aborto, casamento, separação, falta de moradia, busca de emprego, enfim, encontrar o sue lugar no mundo. E sim, Mari continua apaixonada por Caio. O filme acontece em 3 tempos distintos, editados de forma inteligente: 2006, usando cenas do curta; 2013, apresentando o casamento de Caio com seu marido e Mari como madrinha; e 2016, com Mari morando em Berlin e trabalhando como corretora de imóveis, e Caio indo para a capital alemã para fazer uma pesquisa sobre embriões e já divorciado. Nesse reencontro, antigas e novas rusgas da relação mal resolvida vêm à tona. Com bela fotografia e trilha sonora melancólica, o filme talvez frustre um pouco quem é fã do curta: os personagens deram lugar a uma Mari triste, e a um Caio sofrido. Saí do filme pensando o quanto é chato envelhecer, assumir responsabilidades. Talvez por isso eu seja tão apaixonado pelo curta, que apresenta um mundo idealizado e apaixonante.

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