sábado, 4 de novembro de 2017

Vida em família

"Family life", de Ken Loach (1971) 3o Longa dirigido pelo consagrado Cineasta inglês Ken Loach, em 1971. Até então, boa parte de sua produção foi voltada para a teledramaturgia. Com suas produções voltadas para a temática social do homem comum e trabalhador, Ken Loach passou a ser conhecido como um Cineasta de esquerda. Em seus filmes, invariavelmente ele faz críticas ao Governo Inglês, que deixa a população assalariada `a mercê de burocratas que destroem a vida das famílias menos abastadas. Em "Vida em família", acompanhamos o drama de Janice (Sandy Ratcliff, excelente), uma jovem de 19 anos, filha de pais ultra-conservadores. Os pais de Janice a recriminam por ela não viver uma vida "normal": não consegue emprego, uma relação estável e para piorar, ela engravida de um namorado pintor. Janice vai piorando o seu estado mental, tamanho o assédio moral praticado pelos seus pais, que acaba sendo diagnosticada como esquizofrênica. Levada para fazer tratamentos psiquiátricos polémicos, Janice vai perdendo a sua noção de indivíduo. Filme cruel, que mostra como o conflito de gerações pode prejudicar a educação de uma jovem. Os pais de Janice vivem questionando a liberdade dos jovens como causadora dos distúrbios morais e sociais no Governo. A alienação provocada pela esquizofrenia é uma metáfora que Ken Loach encontrou para explorar esse enorme abismo geracional e educacional que até hoje, provoca danos aos jovens. Filmado como um documentário, e com excelente performance naturalista de todo o elenco, o filme recebeu 6 prêmios internacionais, 6 deles no Festival de Berlin em 1972. Uma aula de direção e de atuação.

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