quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Ninguém está olhando

"Nadie nos mira", de Julia Solomonoff (2017) Premiado em vários Festivais, entre eles o Cine Ceará, de onde saiu com Melhor Filme, Melhor Ator, Edição e crítica, e em Tribeca com o prêmio de Melhor Ator, "Ninguém está olhando" celebra a profissão do Ator. O olhar da co-roteirista e Diretora Julia Solomonoff poderia em principio, ser confundido com um ponto de vista extremamente cruel sobre essa profissão. O protagonista, o Ator argentino Nicola (Guillermo Pfening, soberbo), abdica de uma carreira em ascensão na Argentina com uma novela de sucesso, para tentar a carreira em Nova York, protagonizando um filme independente de um jovem Cineasta mexicano. Ficamos sabendo que na verdade, Nicola era amante do Diretor da novela, Martin, casado e com filha, e resolveu sair daquele ambiente pois se sentia sufocado. No entanto, a sua vida em Nova York vai de mal a pior: os produtores querem um ator famoso; nos testes que vai fazer para papel de latino o consideram europeu demais, por seu loiro e seu visto está para vencer. Sem dinheiro, Nicola faz bicos de garçon, de babá, chegando até mesmo a roubar em mercados. Nesse verdadeiro mundo cão da instabilidade profissional e financeira, Nicola vai esgotando as suas possibilidades. E' um filme que deve ser visto por todos os atores, pois provavelmente, alguma das situações retratadas já foram vividas. Assédio, frustração, testes de elenco claustrofóbicos, humilhação, busca por um perfil. Um filme doloroso, que fala sobre sonhos frustrados, mas que acende uma luz no fim do túnel para quem não larga mão da profissão.

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