domingo, 19 de novembro de 2017

E se os gatos desaparecessem da Terra?

"Sekai kara neko ga kietanara ", de Akira Nagai (2016) Adaptação do romance homônimo escrito por Genki Kawamura, " E se os gatos desaparecessem da Terra?" é uma espécie de "A felicidade não se compra", de Frank Capra, versão japonesa. Na tradição do cinema sentimental japonês, que nos trouxe o premiado " A partida", Oscar de filme estrangeiro em 2008, o filme de Akira Nagai fará chorar a platéia que com certeza irá se emocionar com a triste trajetória do jovem carteiro interpretado por um ótimo Takeru Satoh. O Carteiro não tem nome: ele mora sozinho com seu gato. Um dia, ao fazer as entregas postais, ele passa mal. Ao fazer uma consulta médica, descobre ter um estagio avançado de tumor cerebral, que lhe dará poucos dias de vida. Ao chegar em casa, ele é recebido pelo seu duplo, uma espécie de demônio que diz que poderá lhe dar mais dias de vida, contanto que vá se desfazendo de coisas aparentemente supérfluas: celular, filmes, gatos. A medida que ele se desfaz das coisas, vamos descobrindo um pouco mais sobre sua vida: a convivência com a mãe portadora de doença terminal, o seu pai que se fechou em luto, uma ex-namorada traumatizada com uma morte, um amigo cinéfilo tímido. O filme tem um tratamento de filme de fantasia, quase um filme da Disney, mas a sua tristeza impede que ganhe uma refilmagem americana. A cultura japonesa tem uma relação muito diferente sobre o tema da Morte, e aqui ela é tratada de forma bastante piegas, mas mesmo assim, bela. O filme é proibido para pessoas que se irritam com trilha sonora sentimental e cenas que forcam o choro. De brinde, belos planos de gatinhos muito fofos.

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