segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Não devore meu coração

“Não devore meu coração”, de Felipe Bragança (2017) Falando objetivamente: o que mais gostei foi da trilha sonora oitentista repleta de sintetizadores. Imaginem um filme que parece uma mistura de “ Romeu e Julieta”, “ Stranger things”, “ A guerra dos botões”. “ Reza a lenda” e que ousa escalar Ney Matogrosso como um capataz viril e assassino? Cauã Raymond praticamente repete seu personagem do motoqueiro rebelde de “ Reza a lenda”. O que mais me incomodou no roteiro foi tentar acreditar na história de amor entre dois adolescentes, ele branco brasileiro, e ela Índia Guarani paraguaia. Não existe chama, não existe credibilidade nessa relação. Por mais metafórica que seja esse encontro Brasil/Paraguai representado nesse amor juvenil, não existe liga. De bom, mesmo, é a atuação dos 2 jovens atores: Eduardo Macedo, no papel de Joca, irmão de Fernando (Caua Raymond), e Adeli Benitez, no papel de Bonasa, a jovem Índia. Caua é ótimo Ator e já provou isso em outros filmes, mas aqui no filme, sua imagem surge meio desconexa no meio de tantos atores desconhecidos. Mesma sensação eu tive quando assisti a "Abril despedaçado", de Walter Salles, quando surgia Rodrigo Santoro no meio dos nordestinos. O filme fica em um híbrido entre ser Pop, através de sua estética, enquadramentos e trilha sonora, e claro, o grupo de motoqueiros, e um filme de denuncia, ao querer fazer o espectador se lembrar que na Guerra do Paraguay, o Brasil matou mais de 60 mil paraguaios, e continua matando, segundo a historia do filme. O filme foi exibido na Mostra Geração, do festival de Berlin, e entrou em Competição em Sundance.

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