sábado, 18 de novembro de 2017

No intenso agora

"No intenso agora", de Joao Moreira Salles (2017) Documentário que faz uma análise sobre o Movimento estudantil e dos trabalhadores por direitos de igualdade social e política nos anos 60 pelo Mundo, mais precisamente no ano de 1968, em Paris, Tchekoslovaquia, Brasil, fazendo uso dos mártires de cada um desses movimentos. Joao Moreira Salles se apropria de imagens amadoras que sua mãe fez quando visitou a China da Revolução cultural de 1966 e faz uma analogia entre o Universo Burguês e o Universo da classe operária e assalariada. Impossível também não identificar um olhar sobre o atual estado sócio-politico-economico no Brasil de hoje em dia, com o Brasil dos anos 60, ou seja, praticamente tudo continua igual. Joao faz toda uma tese sobre todos esses temas propostos, mas aonde eu mais me identifiquei, foi quando ele faz uma critica ao uso da mídia para conseguir os seus intentos. Dois exemplos esmagadores: O líder do movimento estudantil em Paris, Daniel Cohn-Bendit, que usa um poderoso discurso quando fala para um canal de televisão, e que no final das contas, acabou virando vitima de seu próprio personagem: fugiu para a Alemanha bancado por uma Revista burguesa, e depois vendeu a sua historia por dinheiro para a publicação de um livro biográfico. Depois, Quando fala que o Presidente francês Charles de Gaulle venceu a Revolução de maio de 68, quando resolveu não aparecer na tv ( por conta de sua imagem de idos contrastando com os jovens estudantis rebeldes) e gravou um discurso poderoso para a rádio. A sua voz imponente conquistou a nação e ele venceu a luta sem derramamento de sangue. Joao também diz que o movimento estudantil em Paris foi um movimento machista de homens brancos, aonde negros e mulheres fizeram figuração, ao contrario dos americanos. Por conta da alta qualidade das imagens de arquivo mostradas, é um filme obrigatório, mas que tem uma longa duração, e que teria sido melhor apresentada como seriado de televisão dividido em 2 ou 3 capítulos.

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