segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Vazante

"Vazante", de Daniela Thomas )2017= Premiado no Festival de Brasilia 2017 com os prêmios de Melhor direção de arte e melhor atriz coadjuvante, para Jai Baptista, no papel da escrava Feliciana, " Vazante" também foi exibido no Festival de Berlim. O filme teria passado incólume pelo circuito como um drama que retrata a relação entre Fazendeiro português, negociante de escravos e gado, e o seu casamento com sua sobrinha de 12 anos. Talvez desse mídia por ser o primeiro filme solo de Daniela Thomas. Ou talvez por ser um filme que mostra a sociedade machista opressora já em 1821, e que se mantém igual nos dias de hoje. Nem o excelente trabalho do elenco, mescla de atores brasileiros e portugueses, foi o suficiente para encher os olhos da platéia. O que realmente chamou a atenção de todos, foi o gigantesco bafafá que se formou em relação ao filme, após sua tumultuada exibição no Festival de Brasilia. Um grupo de manifestantes do movimento negro, formado por atores, diretores e críticos de cinema, ficou revoltada com o tratamento que os negros apresentam no filme. Acusaram Daniela, roteirista do filme, de manter o olhar passivo e subjetivo dos personagens negros, que não encontram protagonismo na história nem relevância. Para piorar, o personagem de Fabricio Boliveira, um escravo alforrriado, massacra a comunidade negra, chicoteando e ameaçando de morte. Esse personagem é quase uma cópia do de Samuel L Jackson em "Django", de Tarantino. Após 2 horas de exibição (ritmo extremamente lento), o que ficou realmente para mim, foi a belíssima fotografia de Inti Briones, em preto e branco acachapante, e o rosto do ator português Adriano Carvalho, o seu olhar é avassalador e hipnótico, parece que seus olhos vão saltar das telas. Do roteiro, fiquei frustrado com o desfecho, um lugar comum para quem quer acreditar no amor entre os diferentes.

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