Aqui comento os filmes que assisto...mas sem muito saco de teorizar demais..somente comentando o básico: se gostei ou não hehehe (Comento apenas filmes vistos a partir de Outubro de 2010)
sábado, 11 de novembro de 2017
Na via láctea
"On the Milky Road ", de Emir Kusturika (2016)
Nove anos após seu último longa, "Promessas", lançado em 2007, O cineasta iuguslavo Emir Kusturika, duas vezes premiado com a Palma de Ouro em Cannes, lança "Na via láctea", exibido em Competição no Festival de Veneza 2016. O filme saiu com um Premio especial, e o resultado dividiu a crítica. Como sempre, Kusturika se apropria da alegoria e das metáforas para falar de seu Pais que por anos, sofreu as consequências da Guerra dos Bálcãs. Talvez aqui, seja onde ele mais fez uso da fantasia e do nonsense, se apropriando de animais repletos de ação, casais que flutuam no ar, galinhas neuróticas que se olham no espelho, gansos que se banham em sangue para atrair insetos e outras bizarrices. Para os mais cinéfilos, é aqui que Kusturika mais se aproxima do cinema do chileno Jodorowsky e do francês Michel Gondry, que não escondem a sua influencia no surrealismo e no onírico para transformar cenas dramáticas e trágicas em mero lirismo e poesia. O filme é muito bonito e mágico, como se fosse tudo um grande sonho colorido mesclado a pesadelos violentos. Morte e Amor, sexo e tragédia caminham de mãos dadas durante o filme.
Kusturika interpreta o protagonista Kosta, um leiteiro que cruza a fronteira durante a Guerra dos Balcãs nos anos 90 para entregar leite aos soldados. Cavalgando com sua jula e tendo companheiros um falcão e seu guarda chuva, Kosta está prestes a se casar com uma mulher na região. No entanto, ele acaba conhecendo a noiva de seu cunhado. Ela (Monica Bellucci) possui um passado trágico, assim como Kosta. Ambos se apaixonam, e fogem, mas são perseguidos por soldados.
Repleto de efeitos especiais ( a bem da verdade, bem toscos), o filme chama a atenção pelo uso de uma variedade enorme de animais de cena, o que me fez pensar sobre a dificuldade de filmar os animais. Fora isso, Kusturika investiu bastante em cenas musicadas e cenas de guerra. Monica como sempre belíssima em cena, e Kusturika também não faz feio
(impressiona sua semelhança com o ator americano John C. Reilly). Mas o que atrapalha essa viagem lisérgica épica é a sua longa duração, 125 minutos. Do meio em diante, o filme se resume `a perseguição dos soldados contra o casal, e ai o filme perde o ritmo e o fôlego. 20 minutos a menos, por favor...
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