quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O jantar

"The dinner", de Oren Moverman (2017) Exibido no Festival de Berlin em 2016, "O jantar" é baseado em um livro de autoria de Herman Koch. O filme é bem polemico e apresenta 4 personagens adultos e 2 adolescentes moralmente ambíguos, cruéis, corruptos, reflexo dos novos tempos. Ao fim da sessão, fica uma sensação terrível de impotência e de querer fazer desaparecer aquele mundo ali ao qual eles pertencem. Ricos, bem criados, mas totalmente anti-éticos e imorais. O tema do filme me lembrou bastante o drama romeno "Instinto maternal", que ganhou o Urso de Ouro em Berlin 2014. O filme conta a historia de uma mãe rica que descobre que seu filho matou acidentalmente uma criança de 14 anos e faz de tudo para acobertar o crime. Em "O jantar", o mote é o mesmo. Depois de um prólogo apresentando 2 adolescentes ateando fogo em uma sem teto, matando-a com requintes de crueldade, o filme corta para um jantar em um restaurante chique. Ali, somos apresentados a 2 casais: Paul (Steve Coogan) e Katelyn (Rebecca Hall), e Stan (Richard Gere) e Claire (Laura Linney). Paul é professor de historia, Stan está em plena campanha para Governador. O motivo do jantar: eles são os pais dos adolescentes criminosos, e arquitetam um plano para acobertar os crimes. O filme discute ética, racismo, misoginia, mansplanning, luta de classes e tantos outros temas típicos do nosso dia a dia. O filme não esconde a sua narrativa teatral. 80% acontece durante o jantar, dividido em capítulos de uma carta de restaurante. As cenas que acontecem fora do restaurante, vários flashback que fazem o espectador entender melhor a relação conflituosa entre os irmãos e as esposas, achei dispensáveis e fazem o filme focar longo. Mas vale ser assistido e discutido, por conta do seu teor altamente explosivo, e pelo belo trabalho dos 4 atores principais.

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