terça-feira, 7 de novembro de 2017

O nó do Diabo

"O nó do Diabo", de Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé e Jhésus Tribuzi (2017) Filme de terror brasileiro que conseguiu o feito de ter sido selecionado para a Competição principal do prestigiado Festival de Brasilia em 2017, "O Nó do Diabo" se apropria do gênero para fazer uma metáfora da situação politico-social brasileira dos dias recentes. Racismo, escravidão, luta de classes sociais, machismo, intolerância. O filme percorre 200 anos da história do Brasil, em 5 episódios independentes mas interligados por todos esses temas e por um personagem: Fernando Teixeira, que em todos os curtas representa o papel do Senhor do Engenho. O filme retrocede no tempo, como se dissesse que o Pais também retrocede na sua historia: começa em 2018, segue para 1987, 1921, 1871 e termina em 1818, todos ambientados na Paraíba, na mesma Fazenda de Engenho, onde havia um cemitério de escravos. O filme se apropria da estética trash de filmes de terror dos anos 70 e 80, com muito sangue, gore e vísceras. Difícil não se lembrar das produções de Lamberto Bava e Lucio Fulcci. O filme é prejudicado pela sua longa duração ( 126 minutos) e pela total irregularidade na qualidade dos episódios. Os melhores são os 2o e 2o ( o do casal que pede emprego e o das irmãs escravas). Os outros são problemáticos no quesito Direção , elenco irregular e efeitos. O quarto episódio deveria ter sido cortado na edição, sua historia pouco acrescenta e tem um ritmo muito arrastado, alem de ter uma linguagem totalmente destoante dos demais. De qualquer forma, é bastante louvável a realização de um filme de gênero no Brasil, mas acho difícil ele ser um projeto que irá conquistar um grande público. No elenco, nomes de peso como Zezé Motta e Everaldo Pontes dão peso a um enorme quadro de personagens.

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