segunda-feira, 6 de novembro de 2017

A última fronteira

"The last face", de Sean Penn (2016) Nove anos após o sucesso de seu último filme, "Na natureza selvagem", lançado em 2007, Sean Penn realiza um dos filmes mais vaiados na Competição em Cannes 2016. Tendo como pano de fundo a guerra civil entre diferentes tribos no Sudão, Charlize Theron e Javier Barden protagonizam uma história que foi execrada pela crítica Internacional, acusados de colocarem Atores brancos liderando um elenco de negros sem voz ativa, situação semelhante a encontrada no filme de Daniela Thomas, "Vazante", que tem como tema a escravidão no Brasil. Para mim, o mais grave no roteiro escrito por Erin Dignam é deixar em segundo plano toda a questão da luta armada na Africa, provocando milhares de mortes, e valorizar o vai e vem amoroso entre os médicos Wren (Charlize Theron) e Miguel (Javier Barden). Sao 2 filmes que não combinam, não se misturam e gritam entre si, tal o disparate. Sean Penn teria tido sorte maior se apenas tivesse seguido o seu feeling de Cineasta engajado em causas sociais, no caso, refugiados da Africa. Wren é filha de um dos fundadores de uma Ong que cuida de feridos da guerra civil em países do terceiro mundo. Durante uma ação na Africa, ela conhece o medico Miguel, e ambos se apaixonam. Acompanhamos 10 anos na relação do casal, e o filme é dividido em 2 tempos que se entrecruzam na edição, para que o espectador fique se perguntando o que causou o rompimento do namoro deles. ( o filme começa com Miguel, nos dias de hoje, procurando por Wren e ela se recusa a recebe-lo). Sean Penn caprichou nas cenas de violência, muito provavelmente para chocar a plateia e chamar a atenção para o que está acontecendo em vários países da Africa. O filho de Sean Penn e de Robin Wright, Hopper Penn, faz uma participação com um piloto de helicóptero e tem uma das falas mais bizarras do filme, quando aponta para uma jovem africana dançando e diz que ela foi estuprada e teve a pele entre a vagina e o anus rasgada. Outros astros internacionais foram sub-aproveitados, como Jean Reno, que praticamente faz figuração, e Adèle Exarchopoulos, que faz uma enfermeira e está ali somente para criar um totalmente dispensável triângulo amoroso. O filme tem mais de 130 minutos e parece interminável!

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