sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Amor, plástico e barulho
"Amor, plástico e barulho", de Renata Pinheiro (2013)
Premiado em vários festivais, o longa de estréia da Diretora de Arte, Artista plástica e super premiada curta-metragista com o filme "Superbarroco" invade o Universo do tecnobrega pernambucano com muita propriedade. Usando a cafonice do gênero musical como pano de fundo ( e também como elementos de fotografa e direção de arte, geniais), Renata Pinheiro evoca o clássico "A malvada"para mostrar a amizade e rivalidade entre duas mulheres, famintas pela fama e dinheiro. Jaqueline (Maeve Jinkings, de "O som ao redor") é uma cantora decadente de uma banda de tecnobrega. Brigona e temperamental, ela tem crises de ci;umes e depressão or achar que seu tempo está se esgotando. Para piorar, a dançarina do grupo, Shelly ( Nash Laila, de "Deserto feliz" e "Tatuagem") deseja um dia cantar em uma banda. A busca da fama e sucesso provoca rusgas e traições com os homens que surgem na vida delas: cantores, produtores, etc.
O filme lembra demais o clima de "Tatuagem", muito por conta do ator Rodrigo Garcia, que aqui interpreta um coreógrafo homossexual, na mesma palheta e energia de sua Paulette em Tatuagem". O mundo artístico, o preconceito da mídia, a especulação imobiliária, o emburrecimento da população, o sexo e a tragédia são temas recorrentes do CInema pernambucano. E eu, como profissional de Cinema e Tv e cinéfilo, me espanto a cada dia mais: de onde vem toda essa fúria, essa provocação e talento dessa galera pernambucana? Cineastas, atores, roteiristas, músicos, etc. Esse Cinema de contestação é um grande motivador do Cinema de arte no Brasil, que eleva a Cultura a um nível assombroso.
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