quarta-feira, 22 de julho de 2020
Somente os animais
“Seules les bêtes ”, de Dominik Moll (2019)
O cineasta alemão Dominik Moll, radicado na França, tem em sua filmografia um grande cult do suspense, o excelente “Harry, o amigo que chegou para ficar”. Depois, realizou outros filmes menores, como “Lemming”. Em 2019, “Somente os animais”, que ele co-escreveu e dirigiu, concorreu no Festival de Veneza, voltando em grande forma. O filme tem a estrutura narrativa de “Babel”, de Inarritu, misturado ao conceito de vários pontos de vistas sobre uma mesma ação, de “Rashomon”, de Kurosawa. O filme se passa em dois países, e apresenta cinco histórias intercaladas por um crime. Uma mulher, Evelyne (Valeria Bruni Tedeschi), desaparece. ACompanhamos cinco personagens que direta ou indiretamene, estão relacionados ao seu sumiço: Armand, na África, um golpista que extorque dinheiro criando falsos perfis de mulheres sensuais. Na França, em uma região rural, moram o casal Michel e Alce, ele fazendeiro, ela enfermeira. Joseph, um fazendeiro que está emocionalmente desestabilizado, com quem Alice tem um caso. Marion, uma garçonete que tem um caso com Evelyne, mas se revela ser uma psicopata. Todos os personagens são infelizes, problemáticos. Os personagens de Armand e Michel foram os que mais me irritou fiquei com uma raiva fenomenal. E o desfecho, me irritou pela coincidência inverossímil. Mas fora isso, é um filme com um roteiro, salvo essas exceções, bem costurado, performances poderosas e uma sensação de que a vida, para alguns é uma merda sem fim.
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