quarta-feira, 15 de julho de 2020

Rialto

“Rialto”, de Peter Mackie Burns (2019) Excelente drama visceral irlandês LGBTQIA+, “Rialto” concorreu no Festival de Veneza em 2019. O filme é baseado na peça teatral de mesmo nome, e adaptado para o cinema pelo próprio autor. O tema já é bastante comum, sobre a relação entre um homem casado de meia idade e com filhos com um jovem garoto de programa. Mas o que faz a diferença, aliás, uma enorme e gigante diferença, é a performance brilhante dos dois atores principais: Colm (Tom Vaughan-Lawlor), um funcionário exemplar das docas de Dublin, por volta de 45 anos, casado com a esposa dedicada e suportiva, Claire (Monica Dolan, ótima), e pai de dois adolescentes, o conservador e machista Shane, e Kerry, filha íntegra e compreensiva. E o ator Tom Glynn-Carney), que interpreta o garoto de programa Jay. Ambos são personagens bastante complexos em seu desenvolvimento. Colm acaba de perder sue pai, abusivo e alcóolatra, que a vida toda maltratou Colm. Quando este vai ao banheiro de um shopping, é seduzido por Jay, que o chama para entrar na cabine. Jay tem um caráter possessivo e violento, que relembra o pai de Colm, e que acaba cedendo. Na cabine, Jay seduz, mas logo mostra a sua faceta: ele rouba Colm, e foge com o dinheiro. No dia seguinte, Jay surge no trabalho de Colm, que se assusta, e pede mais dinheiro. A partir dái, Colm e Jay mantêm uma relação abusiva, onde os papéis se invertem ao longo da trajetória, em uma virada surpreendente do roteiro. Dois desejos que eu adoraria: refilmar esse filme, e vê-lo encenada no palco, com atores que mereçam dar vida a esses personagens contundentes e trágicos em seus dramas e fantasmas internos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário