sábado, 25 de julho de 2020
Essa estranha atração
“Torch song trilogy”, de Paul Bogart (1988)
Rezo para um dia poder ver esse texto primoroso ganhar de volta os palcos. Vencedor dos Tonys de melhor espetáculo e melhor ator para Harvey Fierstein, “Torch song trilogy” teve sua estréia na Broadway em 1982. Escrito por Harvey Fierstein, baseado em sua história. O espetáculo foi adaptado pelo próprio Harvey Fierstein para as telas. Matthew Broderick já havia encenado nos palcos, mas em outro papel, o de David, o filho. Agora, ele interpreta Alan, o namorado de Arnold (Harvey Fierstein), uma drag queen que faz parte de um grupo que se apresenta emu ma casa noturna de Nova York. O filme, que cobre todo os anos 70, antes do advento da Aids, se passa em 3 épocas: o envolvimento de Arnold com Ed (Brian Kerwin), por quem se apaixona, mas depois descobre ser bissexual e rompe a relação. Três anos depois, Arnold se envolve com Alan (Broderick), um modelo assumido e que resolvem morar juntos e adotar uma criança. Em 1980, Arnold mora com David, seu filho adotivo de 16 anos. Arnold prepara a casa para receber sua mãe judia e supre protetora, Ma (Anne Bancroft), que nunca aceitou a homossexualidade do filho.
A direção de Paul Bogart acerta o tom do filme, evitando a teatralidade, apesar dos diálogos longos, mas poderosos, variando no drama, comédia com bastante emoção. É um crime a Academia do Oscar não ter indicado Harvey e Anne Bancroft para as suas performances. Ambos estão brilhante se fascinantes, em embate antológico. Um filme honesto, contundente, divertido e que fala do orgulho gay e da homofobia com bastante verdade, sem caricatura. E Arnold ainda precisa lidar com a religião judia, que sempre o fez se sentir culpado pela sua vida. Obrigatório, aula de atuação.
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