sábado, 4 de julho de 2020
Benvindo à Chechênia
"Welcome to Chechnya", de David France (2020)
Indicado ao Oscar em 2012 pelo documentário "How to Survive a Plague", sobre a causa da AIDS, o documentarista David France é ativista de inúmeras causas, e agora em "Benvindo à Chechênia", ele relata a luta de ativistas russos da causa LGBTQIA+, a ONG LGBTQ+ RUSSIAN NETWORK, formado por pessoas que colocam a sua vida em risco, ajudando gays e lésbicas chechênios a fugir de seu País, trazê-los para um abrigo e Moscou e dali, tentar levá-los para outros países, sem correrem o risco de serem encontrados e mortos. Em 2017, a Chechênia iniciou um combate ao tráfico,e ao prender um poderoso traficante, encontrou em seu celular fotos gays pornográficas e contatos de pessoas Lgbtqia+. Assim, deu-se início à uma campanha implementada pelo governo muçulmano de
Ramzan Kadyrov , um ex-rebelde checheno e atual presidente da Chechénia.. Kadyrov resolveu eliminar qualquer vestígio de gays e lésbicas em seu País, iniciando uma caçada onde uma vez presas, as pessoas eram torturadas e depois, caso não morressem, eram enviados aos seus pais, para que os matassem, única forma da família não cair em desgraça.
Mediante tamanha brutalidade o filme ainda apresenta vídeos caseiros mostrando cenas brutais de torturas, incluindo espancamento, cortes de cabelo com faca e um relato aterrorizante de uma testemunha que viu um gay ser morto por um rato que comeu suas costas.
A última parte do filme relata a fuga de um fugitivo, que teve que fugir com sua família, que foi ameaçada de morte.
Rodado de 2017 a 2019, o filme finaliza com um dos ativistas dizendo que vários parceiros estão deixando de financiar a Ong, e para isso, faltará dinheiro para a viagens e a manutenção do abrigo. Até hoje, a ONG já ajudou mais de 160 civis gays a sairem da Chechênia, e encontrar um refúgio.
Um filme tenso, cruel, mas necessário.
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