domingo, 12 de julho de 2020
A síndrome de Stendhal
"La sindrome di Stendhal", de Dario Argento (1996)
Sou fã confesso de Dario Argento, Mestre do terror e do giallio, Amo os seus clássicos, mas reconheço quando ele faz um filme mediano. "A síndrome de Stendhal" é um filme fraco, mas que parte de uma premissa muito boa, inclusive usando 'Um corpo que cai", de Hitchcock, como referência. Assim como James Stewart, Asia Argento também interpreta uma policial. O personagem de Hictchcock tem agorafobia. A policial Anna tem síndrome de Stendhal: quando ela fica diante de uma obra de arte, ela passa mal e tem alucinações. A cena do museu se assemelha à cena do museu de "Um corpo que cai", e Argento se utiliza do mesmo recurso narrativo de Hitch: no meio do filme, reinicia a história, com uma mudança de personalidade de um personagem.
A policial Anna é enviada para Florença para identificar um serial killer que anda matando mulheres. Mas ela própria acaba como vítima do estuprador.
A cena do estupro é bem violenta, bem ao gosto de Argento: obrigada a mastigar uma gilette durante o estupro, a vítima rasga os lábios, língua e cospe sangue, fetiche do assassino.
Argento se apropria de efeitos especiais, algo que ele experimentou desde "Terror na ópera": um tiro atravessa uma bochecha à outra; quando Anna toma um comprimido, temos um plano detalhe do remédio descendo garganta abaixo.
O que o filme tem de melhor, é sua ficha técnica: a trilha sonora é do Mestre Ennio Morricone, e a fotografia de outro Mestre: Giuseppe Rotundo, que fotografou filmes de Visconti, Fellini e inclusive "All that jazz", de Bob Fosse.
O trabalho do elenco é bem pobre e estão todos bem canastrões, bem ao gosto do cinema de Argento.
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Com razão a própria Asia foi alvo de denúncias nesses escândalos recentes. Olha o que o pai dela faz ela filmar.
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