domingo, 19 de julho de 2020
O silêncio é bem vindo
"El silencio es bienvenido", de Gabriela García Rivas (2017)
Drama mexicano que participou de dezenas de Festivais internacionais, é a estréia na direção de Gabriela García Rivas, que também escreveu o roteiro. O filme é visto pela ótica feminina, e as personagens são 3 mulheres e 1 homem: uma família, pai, mulher e duas filhas, a adolescente Amanda e a pequena Andrea. A família segue nas férias para a região de Tiahuaca, para visitarem a avó, que está doente. Amanda é a típica adolescente: não larga o celular, e reclama que suas amigas foram para Acapulco e que ela tem que ir para um lugar que ela não gosta, muito menos visitar a avó doente. A família passa um final de semana em um Spa. Amanda testemunha a crise de seus pais, que vivem discutindo uma relação que já não encontra mais espaço para o amor. Mas a região passa por um tumulto político, que deixa tudo bastante tenso.
A diretora Gabriela Garcia realiza seu filme com bastante ousadia: um registro máximo de minimalismo e de naturalismo nas cenas e nas performances dos atores. Apenas no ato final, a dinâmica se transforma radicalmente, tornando a história tensa. O filme é uma metáfora sobre o fim do relacionamento tanto familiar, quanto social e político. As pessoas já não se comunicam mais, as redes sociais tornaram tudo um vício onde ninguém mais se olha. O filme ainda abre espaço para a prematura sexualização de Amanda, que se torna objeto de desejo de seu próprio pai, dos soldados e dos plantadores de banana. Eu gostei do filme, mas quem não estiver acostumado com o ritmo lento do minimalismo, certamente vai detestar.
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