quarta-feira, 29 de julho de 2020
"Jovens Infelizes ou Um Homem que Grita não É um Urso que Dança", de Thiago B. Mendonça (2016)
Vencedor da Mostra de Tiradentes em 2016, "Jovens infelizes..." é dirigido pelo premiado curta-metragista e documentarista paulistano Thiago B. Mendonça, que aqui arrisca uma mistura de gêneros e linguagem. Se aproximando da narrativa da Nouvelle Vague e do cinema marginal, 'Jovens infelizes" não tem uma definição certa sobre que filme é. É teatro filmado, é ficção, é documentário, são sketches dramatizadas. Dividido em 6 passagens ou capítulos, misturando cenas em cor e preto e branco, o filme fala sobre o desencanto de uma geração mediante os caminhos d apolítica no Brasil ( vale mencionar que o filme foi rodado entre 2013 a 2015, na transição do Governo de Dilma e Michel Temer). Um grupo de atores
(interpretados por Renan Rovida, Camila Urbano, Alex Rocha, Clarissa Moser, Ieltxu Ortueta, Rafaela Penteado, Cel Oliveira, expoentes do teatro de raiz) moram em uma espécie de república: entre um discurso esquerdista contra a sociedade burguesa, existe um hino da Nacional socialista, existem cenas de orgias viscerais, existem encenações teatrais ao vivo, com platéia. A revolta social e política , tanto na ficção, quanto na vida real ( foram gravados momentos do grupo desafiando a polícia durante a manifestação contra a Copa do Mundo em 2014, contra o aumento da passagem de ônibus que gerou um quebra quebra dos black bocs, e outros manifestos). tem uma cena bastante ousada e polêmica de uma celebração de um casamento na igreja, e na hora dos votos dos presentes, rola uma grande orgia.
Definitivamente, não é um filme para todos. Para fãs de Cinema marginal, de uma arte visceral e provocativa, o filme é um prato cheio. Para conservadores, melhor ficarem bem distante do filme.
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