segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Frances Ha
"Frances Ha", de Noah Baumbach (2012). É o que todos dizem: "Tudo começa por um bom roteiro". Não interessa se o filme tem orçamento baixo ( caso desse filme, que foi todo rodado em P&B Canon DSLR) ou elenco desconhecido ( também caso desse filme). O filme faz um sucesso tremendo em Festivais Internacionais por fazer rir e se emocionar com uma singela história de uma jovem, Frances, e suas aventuras e desventuras por uma Nova York mais solitária do que nunca. Em busca de um lugar para morar, um trabalho digno e quem sabe ainda, de um amor em algum lugar, Frances (Greta Gerwig) procura manter a amizade com sua melhor amiga Sophie, que está cada vez mais conflituosa, e quem sabe um dia, poder viver do ballet, sua paixão. Porém, entre idas e vindas, ela vai mudando de apartamentos, dividindo com tipos estranhos que somente em Nova York podem existir. E nessa descida aos infernos, as ruas e endereços vão se tornando cada vez mais obscuros. A cena final, que explica o título do filme, é das mais belas que vi recentemente. A gente ainda pensa em voz alta: "as, então daí que vem o título do filme!!: Genial! O roteiro, escrito por Noah e por Greta Gerwig, é facilmente identificado como uma história escrita por amantes do cinema. Está muito clara a referência a 3 filmes: "Annie Hall", de Woody Allen ( na figura de Diane Keaton encarnada em Frances), "Mauvais sang", de Leos Carax ( de onde Noah tirou a cena de Frances dançando nas ruas de Ny ao som de "Modern love", de David Bowie) e "Viver a vida", de Godard ( onde as cenas são intercaladas como capítulos, e divididas em cartelas, aqui no caso, as cartelas são os novos endereços de Frances). Aliás, essa paixão pelo cinema francês faz os roteiristas fazerem a personagem viajar para Paris, terra de Godard e Carax. E não é a toa que Frances tem esse nome, né? O elenco todo está em estado de graça: todos perfeitos, timing , fisionomia. Mas Greta Gerwig brilha em cada cena. Ela é um rosto comum, mas tem vibração, verdade no olhar. Desde que a vi pela 1a vez no cinema, no filme "Greenberg", uma comédia independente dirigida por Noah Baumbach, , onde ela interpretava a namorada de Ben Stiller, eu já tava de olho nela. Ela é uma espécie de Rainha dos filmes independentes americanos. As poucas vezes que ela trabalhou em filmes majors não foram bem-sucedidas ( "Sexo sem compromisso"e "Arthur"), onde ela ficou apagada. Depois ela fez uma ponta em "Para Roma com amor", de Woody Allen, com certeza sua grande fonte como Cineasta. Os diálogos aqui são inspiradíssimos, e pasmem, contra a propaganda que fazem no próprio cartaz do filme, o filme não é "Absurdamente hilário". É engraçado sim, mas também, amargo e melancólico. Em vários momentos fiquei triste no filme. A trilha sonora é perfeita, a fotografia em P&B um primor. A curiosidade fica pela co-produçao brasileira: a produtora Rodrigo Teixeira filmes, de São Paulo. Imperdível. Nota: 9
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