quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Flores raras
de Bruno Barreto (2013)
Para mim, Bruno Barreto tem 3 filmes antológicos: "Amor bandido", "Romance da empregada" e "Atos de amor". "Flores raras"se aproxima de "Atos de amor", filme de 1995 com Amy Irving ( na época esposa de Bruno) e Dennis Hopper, em um drama intimista sobre uma relação amorosa sofrida entre um casal na faixa dos 50 anos. Em "Flores raras" ( o título anterior era "Você nunca disse eu te amo"), narra-se a história verdadeira da relação entre a poeta americana Elisabeth Bishop (Miranda Otto) e a arquiteta e paisagista Lota Macedo (Gloria Pires), que começou no ano de 1951, e durou até o início dos anos 70, com o suicídio de Lota, que se tornou depressiva. No meio do caminho das duas, Mary (Tracy Middendorf ), ex-esposa de Lota que fará de tudo para destruir o relacionamento de ambas. O filme tem vários grandes méritos: obviamente, o maior deles, o trabalho irrepreensível do trio protagonista. As 3 atrizes estão estupendas, e para Gloria que fala em inglês quase 90% das cenas, deve ter sido um puta desafio interpretar com emoção em outra língua. A trilha sonora, de Marcelo Zarvos, é muito linda e emocionante. A fotografia de Mauro Pinheiro Jr é outro brinde aos olhos do espectador. O roteiro investe no drama dessas 3 mulheres, e se envereda por uma trama bem novelesca, cheio de intrigas, ciúmes, relações mal resolvidas com pais e mães, adoção de bebê, bebedeiras, etc. Foi uma opção dos produtores. O filme vai em ritmo bem lento, a gente vai acompanhando como se fosse um diário em aberto. No final fica-se a curiosidade de saber como o Aterro do Flamengo foi planejado, e como o Rio de Janeiro é lindo quando apontamos a câmera pras paisagens belíssimas . É um filme de certa forma corajoso, que fala sobre lesbianismo sem rodeios, de forma direta. Um filme de qualidade, com glamour e elegante, elementos muito em falta na cinematografia nacional.
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