domingo, 26 de janeiro de 2025
Oh Canadá
"Oh Canada", de Paul Schrader (2024)
Paul Schrader é um roteirista e diretor de cinema americano que ficou famoso mundialmente quando escreveu o roteiro de "Taxi driver", de Scorsese. Schrader dirigiu e escreveu muitos cults nos anos 70 a 90, como "Mishima", "A marca da pantera", "Hardcore-no mundo do sexo" e "Vivendo na corda bamba". Nos anos 2000, a sua filmografia teve em destaque "First reformed", de 2017, mas os filmes que vieram a seguir, "O contador de cartas", "Jardim dos desejos" e agora "Oh Canadá" deixaram bastante a desejar. Nem faço ideía como o filme foi selecionado para a competição oficial em Cannes 2024. Talvez pelo elenco: Richard Gere (com quem ele trabalhou em 1980 em "O gigolô americano"), Jacob Elordi e Uma Thurman. Ou pelo seu prestígio pelos seus filmes famosos. Mas. averdade é que "Oh Canada", adaptado do romance de Russel Banks, "Forgone", é bem chato e narrativamente frio. O protagonista é Leonard Fife (Richard Gere), um documentarista famoso na faixa dos 80 anos, que está com câncer terminal. Dois ex-alunos seus de documentário, Malcolm (Michael Imperioli) e Diana (Victoria Hill), decidem filmar um documentário, no estilo dos filmes que Leonard fazia, para a posteridade. Para surpresa de todos, e de sua esposa que está presente, Emma (Uma Thurman), ele decide revelar a verdade sobre sua vida. Considerado um herói pelos canadenses, país em que ele refugiou nos anos 60 após mentir no alistamento militar americano para a guerra do Vietnã, só para não ter que ir em combate, Leonard (Jacob Elordi no passado) fala sobre as mulheres com que se relacionou e toda uma sorte de mentiras que teve que criar para fugir de responsabilidades. Emma alega que ele está delirando por causa da doença, e o filme deixa para o espectador supor o que é real e o que é inventado.
O filme é bem chato e a narrativa é fria. Schrader coloca seus dois atores, Gere e Elordi, transitando entre passado e futuro, misturando aos atores das duas épocas, truque que faz também com Uma Thurman. A fotografia alterna entre cores e PB. Fiquei indiferente durante todo o tempo do filme, sendo que li emalgumas críticas que o filme seria um mea culpa de Schrader, e que Leonard seria um alter ego. Teria sido mais interessante se tivesse realizado um filme mais objetivamente narrativo.
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