"Chelovek, kotoryy udivil vsekh", de Natasha Merkulova e Alexey Chupov (2018)
Excelente drama LGBT co-produzido por Rússia, França e Estônia e rodado na Sibéria. O filme pode ser visto como uma metáfora sobre saída do armário e sobre transição de gênero. Concorrendo no Festival de Veneza 2018 na Mostra Queer Lion, dedicado a filmes de temática lgbt, e de onde saiu com o prêmio de melhor atriz para Natalya Kudryashova, no papel de Natalia, esposa do guarda florestal Egor (Evgeniy Tsyganov).
Egor trabalha com seriedadde como guarda florestal da Taiga siberiana, defendendo a flora e fauna d aregião contra caçadores. Ele é respeitado em sua vila pela sua determinação e coragem e masculinidade que protege aos moradores da região e à sua família. Casado com Natalia e pais do pequeno Khor (Kirill Kaganovich), eles estão grávidos do segundo filho. Durante um exame médico, Egor descobre que tem um tumor no cérebro e que deverá morrer em 2 meses. Atordoado, ele não fala nada para sua esposa, mas ela acaba descobrindo e o leva até uma xamã, para ver uma possibilidade de cura. A xamã nada pode fazer, mas acaba contando uma lenda para Egor, sobre um dragão que não queria morrer e se disfarçou para enganar a Morte. Ao entrar em um shopping, Egor se depara com uma loja de roupas femininas e compra várias peças. Em seu esconderijo, ele se veste e se maquia de mulher, acreditando que assim, enganará a Morte. Mas sua família, os moradores e os colegas de escola do filho se sentem envergonhados e passam a praticar transfobia. Egor é estuprado e apanha. Seu filho também sofre consequências, levando uma surra dos colegas.
Com excelentes atuações, incluindo do menino Kirill que tem uma cena emocionante, o filme faz refletir bastante sobre o personagem de Egor e como o filme se apropria do desejo de um corpo feminino através do cross dressing e posterior transição.
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