quinta-feira, 10 de agosto de 2017
O estranho que nós amamos
"The beguiled", de Sofia Coppola (2017)
Vencedor do prêmio de melhor direção em Cannes 2017, Sofia Coppola fez a adaptação do livro de Thomas Cullinan, escrito em 1966 e adaptado em 1971 por Don Siegel, com Clint Eastwood no auge da beleza protagonizando o filme. Nessa versão atual, Colin Farrel interpreta o único personagem masculino do filme. Ele é John MAcburney, um cabo da União que, ferido na Guerra da secessão no Estado de Virginia, é resgatado por um grupo de 7 mulheres de idades variadas que o levam para o Internato delas, esperando ele se recuperar dos ferimentos e daí, partir. Porém, a presença dele nessa casa habitado exclusivamente por mulheres, criará um clima de tensão sexual e de angustia que transformará a vida de todos para sempre.
Coppola disse que o filme não tinha nada a ver com o filme original. Sim e não. A historia está toda ali, exatamente igual. O que, infelizmente, Sofia não trouxe, e que se perdeu totalmente em seu filme, foi a sexualidade e o erotismo, que explodia no filme de 1971 em cenas de grande teor sexual, e que aqui, desapareceram. Ficou um filem casto, assexuado. Esses novos tempos de politicamente correto acabaram fazendo do filme algo que ele não merecia, que é deixar de ser ousado. De qualquer forma, é um belo filme, reforçado pela tríade: Direção, fotografia e atuação. Cada fotograma do filme parece uma pintura, graças ao talento do fotografo Philippe Le Sourd. A direção de Sofia esbanja sofisticação e delicadeza nos detalhes. E as performances de todo o elenco é algo fabuloso, com destaque para Kirsten Durnst, em um desempenho fisico que corrobora a grande atriz que é. O filme tem um ritmo bastante lento, que pode irritar boa parte da platéia.
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