quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Memórias de ontem

"Omohide poro poro", de Isao Takahata (1991) Que obra-prima produzido pelos Studios Ghibli! Isao Takahata é o mesmo diretor de outras obras-primas, "O túmulo dos vagalumes" e " O conto da Princesa Kaguya", mas aqui ele pega emprestado o mote de "Morangos silvestres", de Bergman, e traça o relato de uma mulher adulta que se vê `as voltas com memórias e reminiscências de sua infância, quando tinha 10 anos de idade. O filme se passa em 2 épocas: Taeko aos 10 anos na década de 60, e no final dos anos 80, já com 27 anos de idade. Taeko trabalha em uma grande empresa no Centro de Tokyo, mas desde criança ela era apaixonada pelo campo. Enquanto se prepara para viajar de trem e passar suas ferias como voluntária de uma fazenda que pertence a uma família humilde, Taeko se lembra de sua infância: sua relação com o seu pai rígido, a sua mãe carinhosa e suas irmãs ciumentas Tem também sua avó, sempre repleta de sabedoria. Na escola, Taeko se lembra de sua primeira menstruação!!!!!, e de seus primeiros amores. O filme, longo, tem 2 horas, mas tem aquela narrativa lenta e suave que nos conduz a um mundo tão romântico e ingênuo, que fica impossível não ficar seduzido pela protagonista. A trilha sonora ( que inclui uma versão japonesa de "The Rose", cantada por Bette Midler no filme homônimo) emoldura esse filme com bastante poesia e melancolia. Fico imaginando uma versão desse filme com atores, que maravilha que não deve ser. Isao Takahata realizou um filme com extrema delicadeza, com um olhar feminino tão poderoso, fazendo com que o espectador sinta as angústias da personagem que vive desde criança em um a sociedade patriarcal e regida pelos homens. Os créditos finais são dos mais emocionantes que ja vi no cinema, a gente fica torcendo enquanto os créditos sobem! Idéia genial! Chorei!

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