Paloma

"Paloma", de Marcelo Gomes. Premiado longa LGBTQIAP+ dirigido por Marcelo Gomes, saiu do Fetsival do rio 2022 com três prêmios: Melhor Longa de Ficção, Melhor Atriz, para Kika Sena, e Melhor Filme pelo Prêmio Felix, dedicado a filmes com temática queer. O roteiro do filme foi baseado em uma notícia que Gomes leu num jornal sobre uma mulher trans que sonhava em casar numa igreja católica com véu e grinalda. Gomes foi atrás dela e ficionalizou a sua história. No filme, ela é Paloma (kika Sena), mulher trans, uma trabalhadora de plantação, que faz bicos como cabeleireira e mora com seu namorado, Zé (Ridson Reis), pedreiro na pequena cidade do sertão pernambucano onde moram. Paloma é mãe de Jennifer, uma menina fruto de sua relação com uma mulher. O maior sonho de Paloma é se casar na igreja católica de véu e grinalda. O padre, porém, recusa o pedido, mas nem por isso Paloma desistirá de realizar seu sonho. Junto de sua amiga trans Kelly, ela escreve uma carta para o Papa pedindo para aceitar seu casamento. O filme é a estréia de Kika Sena no cinema: nascida em Maceió, ela é atriz, diretora e poeta. O seu trabalho é minimalista e formidável, assim como o elenco, todos dando muita verdade aos seus personagens, em registro naturalista. O filme é parente de 'Deserto particular" e "Céu de Suely": são filmes que mostram o sertão nordestino, a luta de personagens minoritários contra o machismo e homofobia e transfobia, e ao desfecho encontram paz pegando um transporte para saírem de suas cidades. É um retrato ao memso tempo que trágico e cruel do Brasil, mas também, de sororidade, amizade e amor entre pessoas que se identificam como iguais.