domingo, 27 de novembro de 2022
Holy spider
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"Holy spider", de Ali Abbasi (2022)
Vencedor da Palma de ouro de melhor atriz no Festival de Cannes 2022, para Zar Amir-Ebrahimi, no papel da jornalista RAhimi. A curiosidade é que Zar Amir-Ebrahimi é a diretora de casting do filme, e assumiu o papel porquê a atriz escolhida, ao saber que teria que contracenar sem o Rijab, desistiu. Esse fato diz muito do filme, que retrata um aterrorizante caso real ocorrido entre os anos 2000/2001 em Mashhad, a segunda capital mais populosa, depois de Teerã.
Saeed Hanaei, um serial killer que assassinou 16 prostitutas, era um trabalhador e veterano da Guerra Irã-Iraque que supostamente começou sua onda de crimes quando alguém confundiu sua esposa com uma prostituta. Ele alegou que tinha Deus do seu lado, dizendo que estava em uma jihad para livrar as ruas de Mashhad de seus elementos mais corruptos. Após a sua prisão, ele foi considerado um herói para a população, por livrar as ruas de prostitutas.
Impossível não associar o personagem a Travis Buckle de Robert de Niro em "Taxi driver", que também estava na mesma missão d elimpar as ruas. O desfecho do filme é das cenas mais assustadoras que vi em um filme realista, faz o espectador pensar o quanto a sociedade patriarcal e machista ataca e fere as mulheres, sem chance alguma de proteção.
Ali Abbasi , que escreveu e dirigiu o filme, realizou em 2018 o estranho e excelente "Border". Nascido no Irã, foi criado na Dinamarca. O filme foi todo rodado na Jordânia, uma vez que o Irã proibiu que o filme fosse rodado lá, devido às leis conservadoras e rígidas. O filme foi indicado pela Dinamarca à uma vaga ao OScar de filme internacional 2023.
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