sábado, 26 de novembro de 2022

Alcarrás

"Alcarrás", de Carla Simón (2022) Urso de ouro de melhor filme no Festival de Berlim 2022, "Alcarrás" é um comovente e melancólico filme que fala sobre a paixão do homem da terra pelo seu ofício, mas sob constante ameaça da modernidade que mais cedo ou mais tarde, chega em seu território. Em seu segundo longa, a cineasta catalã Carla Simón retorna às suas origens. No belo "Verão 1993", ela fala sobre a sua infância. Agora, ela retorna na memória afetiva, para falar sobre uma família que vive da plantação de pêssegos na Catalunha (os pais de Carla, por décadas, plantaram pêssegos na região que dá nome ao filme, Alcarrá). O clã da família Solé é numerosa: os avôs, os dois filhos adultos, o cunhado, os cinco filhos, dois adolescentes e três pequenos. Todos de certa forma cresceram cuidando da plantação e fixzeram dela a sua vida. Subitamente, eles enfrentam o despejo iminente de seu pedaço de terra na Catalunha. O patriarca do dono das terras morreu, e o acordo verbal que ele tinha com o avô Solé dele cuidar das terras e poder plantar não está sendo mais levado em consideração. O filho do patriarca deseja fazer das terras um local para futuras instalações de placas solares, mais lucrativas que a plantação de pêssegos. Não há nada a fazer a não ser completar a colheita final. Cada integrante d afamília reage de uma forma diferente ao futuro que lhes aguarda. Na melhor tradição do cinema neo-realista italiano, a cineasta Carla SImón escalou não atores entre moradores da região, e estão todos muito bem em seus papéis. ë visível o quanto são apaixonados pela terra em que vivem, e a pele curtida de alguns entrega o quanto eles convivem com o ambiente. O fiulme fala sobre vários assuntos: trabalhadores africanos informais, baixo preço de mercado das frutas e claro, a dissoluçao familiar, principalmente para os mais jovens, que sofrem com a possibilidade de terem que tomar um outro rumo na vida. Um filme fantástico.

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