sábado, 29 de fevereiro de 2020
Seberg contra todos
'Seberg", de Benedict Andrews (2019)
Apresentado no Festival de Toronto, de onde saiu debaixo de fortes críticas, "Seberg contra todos" é um belo drama que traz à tona uma cinebiografia complexa e tumultuada dos últimos anos de vida de uma das atrizes icônicas de Godard, Jean Seberg, protagonista da obra-prima "Acossado". Pouca gente sabe, mas Jean Seberg era americana, nascida em 1938, e foi para Paris em 1957 para participar de audição para o papel de Joana D'arc no filme de Otto Preminger. Seberg ganhou o papel, e desde então, seguiu sua carreira na França, tendo casado três vezes. Depois de "Joana D'arc", ela viria a filmar outro filme de Preminger, o clássico "Bom dia, tristeza". Mas foi com "Acossado" que ela ganhou projeção mundial. Seberg foi convidada a trabalhar nos Estados Unidos. Lá, ela conheceu Hakim Jamal ( Anthony Mackle), um dos líderes dos Panteras negras, e tiveram um caso, mesmo sendo casada com o cineasta francês Romain Gary e tendo um filho. Por sua postura contra o racismo e a favor de movimentos revolucionários, Seberg foi vítima do FBI e do famoso diretor da agência John Edgar Hoover, que procurou difamar qualquer indivíduo que contestasse algo em prol da sociedade americana. Um dos agentes do FBI, Jack (Jack O'Connell), começa a investigar a vida da atriz, mas aos poucos, vai se deixando levar pelo espírito livre e libertário de Seberg, uma pioneira do movimento feminista.
Kirsten Stewart defende com muita garra o papel principal. Mais linda do que nunca, e vestindo um figurino arrebatador. Kirsten prova ser uma melhor atriz a cada filme que faz. Uma pena que o filme perca muito do seu tempo narrando a história do FBI, podendo ter se atido mais no drama de Seberg. As cenas onde Seberg se vê uma paranóica foram desnecessárias. O filme toma uma postura neutra, não querendo tomar partido entre defender Seberg pela perseguição política que sofreu, e apresentando ela como uma potencial suicida. Seberg foi encontrada morta dentro de um carro em Paris, no ano de 1979, aos 40 anos de idade.
A direção de Benedict Andrews é elegante e luxuosa, criando planos bonitos e apresentando um glamour do cinema bem no padrão da época.
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