quinta-feira, 12 de setembro de 2019
Legalidade
"Legalidade", de Zeca Brito (2019)
Lançar um filme como "Legalidade", que tem como pano de fundo o levante comandado por Leonel Brizola em 1961, então Governador do rio Grande do Sul para assegurar que o Presidente Jango Goulart assuma a presidência, evitando o golpe militar, parece ser um bom motivo para se discutir os caminhos da política brasileira nos dias de hoje.
"Legalidade" é um épico político, e também é um melodrama. Tendo claras referências à "Casablanca" e "O destino de uma nação"( no discurso final de Leonel Brizola), o roteiro é bem ambicioso, abraçando várias sub-tramas: um triângulo amoroso entre uma jornalista brasileira entreguista e que depois se arrepende, Cecília ( Cleo) e a relação com os irmãos Luiz Carlos (Fernando Alves Pinto) e o jornalista Tonho (José Henrique Ligabue). Tem também a trama de Leonel Brizola (Leonardo Machado, falecido), e em 2004, a trama da filha de Cecília, interpretada por Leticia Sabatella, tentando descobrir o que aconteceu com a sua mãe.
O filme alterna muitas imagens de documentário para poder atenuar as questões de orçamento, visível em cenas que exigiria uma produção maior. Durante a narrativa, perde-se o foco de quem é o protagonista, mas de uma forma geral, é um filme que merece ser visto, por trazer de volta um tema esquecido pelos brasileiros, e pelo trabalho de atores como Cleo, Leonardo Machado e Fernando Alves Pinto, dando dignidade ao projeto.
O filme competiu no Festival de Gramado 2019.
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