quarta-feira, 12 de abril de 2017

1:54

"1:54", de Yan England (2016) Em tempos de bullying juvenil e do mega sucesso do seriado da Netflix "13 reasons why", a França com com um belo drama sobre o mesmo tema: o bullying nas escolas, e a falta de visão dos pais, educadores, amigos para evitar grandes tragédias que culminam em suicídio. O filme é protagonizado por Antoine-Olivier Pilon, o astro de "Mommie", o excelente filme de Xavier Dolan. Em um registro totalmente diferente e mais discreto, ele interpreta Tim, o melhor amigo de Francis. Quando Francis tem sua homossexualidade revelada pelos outros alunos, Tim se afasta ( Tim é gay reprimido e não saiu do armário) de Francis, o que acaba culminando no suicídio desse. Sentindo-se culpado e abalado, Tim passa a ser agredido pelos mesmos agressores, que o acusam de também ser gay. Na verdade, o agressor, Jeff, deseja competir nos jogos olímpicos estudantis, e Tim é um forte concorrente. Tim tenta ser forte, mas acaba que a vingança falará mais alto. Interessante como os roteiristas veem na vingança a única forma de solucionar a questão do bulying. Todo mundo sabe que ela acontece nas escolas, mas ninguém faz nada, nadinha. Com certeza não é a melhor das soluções para ninguém, mas como é um filme de ficção e ai, os roteiristas partem para grandes reviravoltas, acaba se tornando um elemento de clímax e suspense. Um pouco que corrobora com aquela visão de que todos que sofrem rejeição, se tornam pequenos psicopatas. Polemico ou não, a performance do elenco é um ponto forte nesse filme, além da bela rilha sonora. Yan England soube trabalhar bem o seu elenco, e conduzir com boa dinâmica o ritmo do filme. O final me pareceu bastante abrupto, e confesso, merecia algo mais instigante. Curiosamente, anos atrás teve um filme australiano também sobre bullying nas escolas chamado "2:37". Lá, era a hora do suicídio da menina. Aqui, é o tempo que os corredores pretendem para quebrar o record de corrida na pista.

Um comentário:

  1. Achei interessante o filme, mas confesso que anciava por um fim mais emocional sem a morte do principal, ah e esses garotos que nunca são punidos me deixa louco.

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