quarta-feira, 29 de março de 2017

T2- Trainspotting

"T2:Trainspotting", de Danny Boyle (2017) Que ninguém duvide do talento do Cineasta Danny Boyle: ele realizou alguns dos melhores filmes das duas últimas décadas. "Cova rasa", "Steve Jobs", "Extermínio" e claro, "Trainspotting", o clássico de toda uma geração. 20 anos depois, ele retoma a jornada da alma de todos os personagens do original, e os fãs, obviamente, babando para saber o que ele teria feito de Renton, Sick Boy, Spud e Begbie. Foi inevitável para mim comparar com a trilogia de Richard Linklater, que se apropria do tempo real, da memória e dos mesmos atores para prosseguir na história. Nesse sentido, fiquei imaginando o quanto Deus foi generoso com Ewan Macgregor. Ele pouco mudou do garoto de 20 anos atrás. Os outros sentiram pesadamente a idade, e isso acabou favorecendo os seus personagens., detonados pela droga que insiste em fazer parte de suas vidas. Após passar mal durante exercícios de rotina na academia onde mora em Amsterdã, Renton (Macgregor) resolve retornar 'a Escócia e enfrentar o seu passado, que envolve perdão e amizade. Ele reencontra Sick Boy, agora dono de um pub decadente, e Spud, ambos totalmente viciados e com suas vidas destruídas. O que eles não esperavam, é a fuga de Begbie da prisão e que, ao saber da presença de Renton, planeja uma vingança sangrenta. O titulo do filme brinca com a continuação de "Exterminador do futuro 2", de James Cameron, que também era conhecido como "T2". E curiosamente, acaba fazendo uma metafora sobre retorno ao passado para ajustar o futuro, e Begbie se fazendo de anjo vingador e assassino. Esse talvez tenha sido um dos itens que mais me incomodou no filme: Begbie era um psicopata sim, mas aqui ele se transformou numa máquina assassina ( com direto a uma perseguição que culmina numa das melhores cenas do filme, no estacionamento). A bipolaridade de Begbie não se manifestou, e ficamos apenas com o seu lado ruim ( apesar do momento familiar dele). A semelhança com a trama do original também tirou o frescor da trama, principalmente porque toda hora a narrativa volta em flashbacks tentando lembrar o espectador o que aconteceu a 20 anos atrás. De positivo, mesmo, a atmosfera de nostalgia (recorrente, ao fazer uso da clássica trilha sonora do original), o trabalho dos atores e a fotografia do craque Anthony Doodle Mantle. Saí do cinema em crise, sem saber se havia gostado do filme ou não. Provavelmente, precisarei de um tempo para apreciá-lo melhor.

2 comentários:

  1. Ótimo comentário!

    Também senti uma certa confusão de opinião, quero ver de novo (é o original também).

    Mas acho que a chave pra desvendar o filme é "nostalgia"...

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  2. Ótimo comentário!

    Também senti uma certa confusão de opinião, quero ver de novo (é o original também).

    Mas acho que a chave pra desvendar o filme é "nostalgia"...

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