quinta-feira, 2 de março de 2017

Victoria

“Victoria”, de Justine Triet (2016) Simpática comádia dramática co-escrita e dirigida pela cineasta Justine Triet. A protagonista é Victoria (Virginie Efire, de “Elle”). Ela é divorciada e tem a custódia de duas filhas pequenas, bagunceiras. Sua vida é caótica. Sua casa está de pernas pro ar. Ela contrata babás masculinos para cuidarem de suas filhas mas ninguém aguenta. Sexualmente livre, ela contacta parceiros em um site e os leva para casa. Um dia, ela é convidada para a Festa de casamento de um amigo. Chegando lá ela revê um ex-amigo que ela não via há muito tempo, Vicent (Melvin Poupould, de “Lawrence anyways”) e um ex-cliente, o ex-drogado Samuel (Vincent Lacoste). Dias depois, esses 2 homens a procuram: Vincent deseja que ela o representa numa ação que a sua mulher moveu contra ele por violência doméstica. Samuel, por sua vez, quer recomeçar sua vida e pede para Victoria contratá-lo com Babá das crianças e seu assistente na advocacia. O nome da personagem é bem obvio, Victoria. E é isso que a protagonista almeja: ela precisa vencer na sua batalha diária. Na profissão, na vida amorosa, na relação com seu ex ( que escreve em seu Blog detalhes íntimos da relação que tinha com a esposa e fala também dos clientes dela) e suas filhas. Virginie Efire está excelente no personagem titulo. Melvin Poupould, que eu só havia visto em filmes dramáticos, está á vontade em um personagem tragicômico. A grande surpresa é o ator Vincent Lacoste, carismático no seu papel de nerd drogado. O filme fala sobre uma mulher em busca de um sentido para a sua vida, e pelo excesso de tempo cedido ao trabalho e as filhas, ela acaba não tendo tempo para refletir sobre a sua existência. Um alerta para a independência feminina. Os homens no filme são retratados como carentes e dependentes dessa mulher que por sua vez também é carente. Um filme moderno, que fala sobre relações infelizes e melancólicas. Victoria é consultada por um psicólogo e por uma vidente para ver aonde ela encontra respostas para a sua vida. E é isso o que todos buscamos hoje. Justine Triet faz um filme correto, sem pretensão. Bela fotografia, boa trilha sonora. Foi o filme de abertura da prestigiada semana da Critica em Cannes 2016, e de lá saiu com a Palm Dog, troféu destinado aos cães com melhor interpretação. O Dalmata venceu ( a cena dela no tribunal e hilária. O macaco também está ótimo).

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