segunda-feira, 27 de março de 2017

Holy Hell

“Holy Hell”, de Will Allen. Exibido em Sundance 2016, esse polemico documentário conta a historia do Guru Michael, que desde 1985 mantém seguidores em busca de conscientização e um sentido para vida. Will Allen, documentarista do filme e ex-membro, faz um alerta sobre a verdade nua e crua dessa seita, chamada de “Buddahfield”. Fundada na Califórnia por um ex-ator fracassado, que chegou a trabalhar em filmes pornôs gays (essa informação veio depois, os membros do grupo desconheciam) a seita promovia uma comunidade livre onde jovens bonitos e de corpos esculturais conviviam em harmonia, perante pensamentos baseados no budismo. Michael, no entanto, proibia o sexo entre os seus seguidores, desconhecendo que todos transavam entre si ( ele dizia que o sexo era algo sujo e patético). Posteriormente, foi descoberto que ele forçava relação sexual com os homens e obrigava as mulheres a praticarem o aborto, assim que descobria que elas estavam grávidas. O filme aborda 22 anos da convivência de Will Allen nesse grupo ( Allen era estudante de cinema e quando seus pais descobriram que era gay, foi expulso de casa. Sua irmã, Amy, que era do grupo, o convidou, e Allen foi promovido a ser o “documentarista”, registrando passo a passo tudo o que acontecia ali). Com a sua saída em 2007, Allen resolveu fazer esse documentário, que levou anos para editar, convocando ex-membros para darem depoimentos contundentes. A seita , depois de Califórnia, foi para Asutin, Texas, com quase 100 seguidores, e hoje, ela está baseada no Havaí, com cerca de 85 membros, que não acreditam nos fatos divulgados publicamente contra Michael. O filme é interessante. Para qualquer espectador, é impressionante tentar entender o que levou centenas de jovens inteligentes e abdicar de família, amigos, empregos e bens materiais para viver de forma primitiva com Michael e os outros, trabalhando como escravos e sendo obrigados a exercer ações que eles odiavam como aulas de ballet, que Michael amava. Alguns membros alegam que Michael promovia “Lavagem cerebral”, uma vez que ele era Ator e também adepto da Hipnose e conseguia manter influencia sobre todos. O documentário teria sido muito mais interessante se tivessem dado voz de defesa para Michael. Mesmo assim, um ótimo filme para se fazer estudo de personagens.

Um comentário: