quinta-feira, 2 de março de 2017

Other people

“Other people”, de Chris Kelly (2016) Ótimo drama no estilo “ feel good movie”, porém com uma carga emotiva mais melancólica. Chris Kelly também é roteirista do “Saturday night live” e estréia no cinema, mas diferente do que esperavam, em um filme bastante dramático, apesar da leve tinta de humor percorrendo por fora. Molly Shannon, que interpreta a mãe Joanne, ganhou o Spirit award de melhor atriz coadjuvante em filme independente em 2017. David é filho de Joanne e de Norman, e tem duas irmãs mais novas, Rebeccah e Alexandra. A família mora em Sacramento, California, lugar de onde David saiu tem 10 anos para tentar a sorte em Nova York como roteirista, e também porque seu pai não o aceita como gay. A vida de David não anda nada boa: seu projeto não foi aceito, seu namoro com Paul se rompeu e para piorar, sua mãe está com câncer raro. David acaba indo morar com a sua família para ajudar a cuidar de sua mãe. Assim, todos ali precisam aceitar as suas diferenças, e aprender a conviver com a mãe, que está definhando aos pouco, e lidar com a eminente morte. O trabalho dos atores nesse filme e’ espetacular. Amo filmes independentes justamente para descobrir novas revelações. Jesse Plemons, no papel de David, e Molly Shannon, no de Joanne, trabalham muito bem a dor e a alegria na relação filho e mãe. O roteiro de Chris Kelly permite que cada personagem tenha uma cena solo, e algumas cenas tem diálogos absolutamente brilhantes sobre relacionamento e sobre como encarar a dura realidade. Além disso, as cenas onde vemos David tentando se adaptar `a vida gay de Sacramento são bem divertidas, muito por conta de 2 personagens hilários, pena que desaparecem cedo da trama: seu melhor amigo gay Gabe (John Early, e que tem falas ótimas), e o inacreditável Justin, um menino praticamente travesti de 10 anos, interpretado por JJ Totah. Fiquei de queixo caído com a sua performance e despojamento, e por um momento até fiquei na duvida se não era uma menina. A direção de Chris, principalmente em relação aos atores, é muito boa. Ele alterna muito bem o drama e a comédia no filme, evitando o novelão, que seria óbvio em um tema como esse. Molly Shannon, de novo, faz o papel com tanta dignidade, que a gente torce por querer ver mais filmes com ela. Altamente recomendado, e seria um prazer assistir esse filme montado como peça de teatro com ótimos atores.

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