domingo, 26 de abril de 2015
Vidas amargas
"Vidas amargas", de Elia Kazan. Adaptação do livro de John Steinbeck, "A leste do Eden", onde ele faz alusão à história de amor e ódio entre Caim e Abel, o filme ao ser adaptado para o cinema ficou imortalizado pela performance de James Dean. Não que o filme em si não mereça créditos: é uma obra-prima, a começar pelo roteiro, os diálogos brilhantes, a fotografia e os enquadramentos. Falar da direção de Elia Kazan e a performance do elenco é chover no molhado. Kazan sempre foi considerado um excelente Diretor de atores. Porém, com a delação que ele fez de colegas artistas durante o Macartismo, custou-lhe a credibilidade. Nunca mais ele foi visto com os mesmos olhos. E olha que ele dirigiu inúmeras obras-primas: "Clamor do sexo", "Um bonde chamado desejo", "SIndicato de ladrões", etc.
O filme causa um enorme impacto visual já pelo uso do Cinemascope, um formato de tela panorâmica que foi totalmente pensada por Elia Kazan ao desenhar o seu filme. As locações, as marcações em cena. tudo tudo foi muito bem estruturado.
O filme se passa na 1a guerra, em 1917, antes dos Estados Unidos entrarem na Guerra. Em uma região da Califórnia, Salinas, moram Abram, Cal ( James Dean) e Aaron. Abram cuidou de seus filhos desde que sua esposa fugiu. Os dois irmãos rivalizam o amor do pai, mas Abram só ama Aron, que se parece bastante com ele. Cal é rebelde, e se parece demais com a mãe. O pai sempre disse que ela estava morta, mas Cal descobre o paradeiro dela: ela é uma cafetina e ganha dinheiro em seu salão. Cal quer o amor dos pais, mas nenhum lhe dá atenção.
Brilhante do primeiro ao último plano, o filme é um colírio para os olhos em todos os sentidos: locação, fotografia e a beleza contagiante de James Dean, que magnetiza todas as atenções para si.
Muitas cenas antológicas e um roteiro que faz do melodrama clássico a sua mola mestra, alternando com momentos de fino humor. Trágico, lírico, poétco e apaixonante. Cenas em planos-sequências. Cenas com enquadramentos ousados ( tortos, etc). E uma cena instiigante: quando Cal está balançando em um balanço, a câmera entorta para os dois lados. Saí chorando do filme de tanta força e emoção criativa que o filme possui. Vencedor do Globo de Ouro melhor filme em 56, Oscar de melhor atriz coadjuvante para Jo Van Fleet ( por uma única cena) e Melhor filme de drama em Cannes.
Nota:10
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