sábado, 4 de abril de 2015
História mundana
"Jao nok krajok", de Anocha Suwichakornpong (2010)
Belíssimo drama tailandês, que me deixou atônito pela simplicidade e beleza. O filme me lembrou demais "A árvore da vida", de Terence Malick, com as suas divagações metafísicas sobre vida, morte, existência, criação do Universo, teoria do Big Bang. Vencedor de vários prêmios internacionais, entre eles melhor filme em Rotterdan e Transilvania.
Impossível não comentar sobre Cinema tailandês e não falar sobre o seu cineasta mais famoso no mundo inteiro, Apichatpong Weerasethakul, diretor entre outros de "O mal dos trópicos" e "Tio Bonmee".
O filme "História mundana"lembra um pouco a estrutura de "O mal dos trópicos". Ambos se dividem em 2 partes bem distintas, e na segunda parte, o filme investe no surrealismo e na fantasia. Em "O mal dos trópicos", um dos personagens se transforma em um tigre. Em "História mundana", acompanhamos a criação do universo e uma cena muito louca de um parto real de cesariana.
A história gira em torno de Ake, um adolescente que sofreu um acidente e fica tetraplégico. Seu pai contrata um enfermeiro para cuidar de Ake por 24 horas. De in;icio arredio e sem gosto pela vida, por estar impossibilitado de fazer qualquer coisa sozinho, Ake mantém uma relação fria com Pum. Mas a simplicidade do enfermeiro encanta o jovem, que encontra nele um tipo de comunicação que ele não vê no seu pai, que vai se afastando do filho. Após uma visita a um museu de astrologia, Ake se vê sonhando com situações que o levam a pensar sobre a sua mortalidade.
O filme segue correto e simples quando, lá pelo meio, mostra uma cena explícita de masturbação de Ake na banheira. Aí percebemos que a cineasta Anocha Suwichakornpong está em busca de novas linguagens e não se acanha para mostrar ao espectador sensações e sentimentos dos personagens, esplendidamente embaladas pela música primorosa do grupo "Furniture", um grupo tailandês que compõe usando eletrônico para criar melodias melancólicas. Ouvir a música me dá vontade de chorar de tão linda.
Fiquei muito feliz de ter descoberto esse filme. Lindo, poético, sublime. A cena da explosão de um planeta é de uma beleza estonteante.
Nota: 8
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