terça-feira, 1 de outubro de 2013
Paraíso: Esperança
"Paradies: Hoffnung", de Ulrich Seidl (2013)
Último filme da trilogia elaborada pelo cineasta austríaco Ulrich Seidl, que começou com "Paraíso: Amor", e se seguiu com "Paraíso: Fé". "Esperança" foi exibido no Festival de Berlin em 2013, e é o menos corrosivo dos 3 filmes. Talvez por ter menores no elenco, Ulrich segurou o freio nas cenas de sexo explícito e violência. Aqui, acompanhamos a história da menina de 13 anos Melannie, que é levada pela tia ( a personagem cristã de "Paraiso : Fé") para um acampamento de férias destinado a menores obesos. Melannie vai passar um tempo no lugar, enquanto sua mãe tira férias no Kenya ( A personagem de "Paraíso: Amor"). Nesse acampamento, os jovens obesos sofrem constrangimento e tortura psicológica, sendo privados da liberdade,
uma espécie de metáfora de um Campo de concentração. Os professores são carrascos, inclusive um deles parece querer usar métodos de Fatima Toledo para poder doutrinar os jovens. Melannie acaba se apaixonando pelo médico do local, um cinquentão que fica dando corda para ela, mas quem, pelo código de ética, é proibido de se envolver com menores/pacientes. Mesmo tentando evitar de usar menores em cenas de sexo, Ulrich procura instigar a sexualidade da personagem, em cenas de tensão sexual ( como a bizarra cena do médico lambendo a menina num matagal, ela bêbada), ou na cena da brincadeira "Verdade ou consequência". O que eu mais gostava nos 2 primeiros filmes da trilogia era a sensação de fim de mundo, de pessoas sanguessugas que dizimavam qualquer possibilidade da protagonista poder se levantar e seguir seu rumo com dignidade. Ou seja, muita depressão na tela. Aqui, fica-se um eterno estado de humor negro, aliado a diálogos ingênuos sobre sexualidade e anarquia. Mas vale pelo talento das jovens atrizes, despojadas e espontâneas nas cenas. A fotografia estonteante continua a cargo de uma dupla americana e alemã. Adoro a narrativa de Ulrich, que se utiliza de planos longos e estáticos, contemplativos, para contar sua história. Nota: 7
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