segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Os suspeitos
"Prisoners", de Denis Villeneuve (2013)
Depois de sua obra-prima "Incêndios", o cineasta canadense Villeneuve se aventura num filme de suspense que remete a "O Silêncio dos inocentes" e "Zodiaco". Um belo filme, sem dúvida, mas assim como "Zodíaco", prejudicado em termos por sua longa duração ( 153 minutos) para um drama de suspense. Precisava ser tão longo assim? A história segura um filme de quase 3 horas de duração??? O filme começa num ritmo lento, e durante sua projeção, vai ganhando uma atmosfera de eterna tensão, com música climática de Jóhann Jóhannsson ( excelente) e fotografia do sensacional Roger Deakins, que aqui faz um bom trabalho, mas nada excepcional ou inesquecível, comparado aos seus grandes filmes. O roteiro lembra um pouco o episódio proibido da série "Hannibal". Keller (Hugh Jackman) mora com sua esposa e seus 2 filhos, um adolescente e uma menina. Um dia, ao participarem de uma festa na casa de seus vizinhos Franklyn ( Terrence Howard) e Nancy ( Viola Davis) , tanto sua filha quanto a do casal são sequestradas Todos se desesperam, e um suspeito é preso, Alex ( Paul Dano). Porém, Alex é solto por falta de provas e Keller resolve sequestrá-lo e torturá-lo para tentar descobrir o paradeiro da menina. Paralelo, temos o detetive Loki ( Jake Gyllenhall) e a tia de Alex, Holly ( Melissa Leo). Como se vê , um mega elenco que não deixa a peteca cair, apesar de alguns deles serem muito pouco aproveitados. A direção de Villeneuve é segura, criando tensão e drama, mas como falei antes, a longa duração prejudicou o filme. Fica uma barriga lá pelo meio que não faz o filme levantar o vôo que deveria. Mas o roteiro é bom, apesar do desfecho um pouco óbvio. O filme discute a questão da justiça com as próprias mãos. Digamos que já vimos isso milhões de vezes, e aqui não é diferente. O elenco estelar dá conta do recado, Jackman e Gyllenhall ( que aqui repete bastante o seu personagem em 'Zodiaco") estão bem, mas o que me chamou atenção foi a caracterização de Melissa Leo. A personagem pedia alguém mais velha, e tiveram que envelhecer ela. Achei que ficou falsa a peruca, tudo. Parece até a mãe de Norman Bates em 'Psicose", pode até ser que houve essa intenção. A terça parte final do filme é bem intensa, mudando o tom das duas primeiras partes, mais climáticas. Paul Dano está excelente, como sempre, e a maquiagem nele está muito bem executada. Eu queria ter gostado mais do filme, todo mundo falando mega bem. Vou tentar revê-lo em breve e ver se mudo de opinião. Ah, prestem bastante atenção no roteiro, nas cenas, que são bastante intrincadas. Roteiro complexo, é para pensar. Nota: 7
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