"Une femme du monde", de Cécile Ducroqc. Comovente drama francês, rendeu uma indicação à atriz Laure Calamy ao Cezar de melhor atriz em 2021. Longa de estréia da cineasta Cécile Ducroqc, que já havia trabalhado com Laure Calamy em um premiadíssimo curta em 2014, "Back alley", sobre uma prostituta que perde sua clientela para imigrantes africanas que cobram menos. Em "Uma mulher do mundo", Cécile Ducroqc, também roteirista, expande esse universo e a personagem: Marie agora é mãe de um adolescente de 17 anos, Adrien (Nissin Rennard), cujo sonho é ser chef de cozinha. Ela é uma prostituta disposta a tudo para dar um futuro ao filho. Quando este é expulso do curso de formação profissional, Marie não pode aceitar. Sonhando com um futuro melhor para ele, ela decide matriculá-lo em uma das melhores escolas de culinária da França. Mas sua renda não permite que ela pague as taxas escolares. Ela ganha 1500 euros em média por mês, e precisa pagar um adiantamento de 5000 euros para a inscrição na escola. Para isso, ela decide ir trabalhar em um bordel na Alemanha, onde os clientes são mais violentos e dispostos a todo tipo de fetiches agressivos.
Assim como Lars Von Triers, a roteirista Cécile Ducrocq não economiza sofrimentos à heroína do filme. Marie sofre, e sofre, e sofre. Tanto Laure quanto o jovem ator Nissim Rennard estão estupendos, em atuações vibrantes e fortes, que renderiam certamente uma excelente peça de teatro. O desfecho lembra "Gloria", de Sebastian Lelio, com a protagonista no fundo do poço, mas em catarse em uma cena de dança. Um filme melancólico, cruel, mas certamente, potente com as performances brilhantes do elenco.
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