domingo, 18 de setembro de 2022

Maigret


 “Maigret”, de Patrice Leconte (2022)

O filme de detetive “Maigret” reúne três grandes artistas: o escritor belga George Simenon, o ator francês Gerard Depardieu e o cineasta francês Patrice Leconte, realizador dos ótimos “Um homem meio esquisito”, “Caindo no ridículo” e “A pequena loja dos suicídios”. Simenon publicou o primeiro livro com o detetive Maigret em 1931, escrevendo um total de 75 romances com o personagem. Certamente o filme foi produzido após o grande sucesso das adaptações de Agatha Cristie por Kenneth Branagh, dando vida ao detetive Hercule Poirot. Mas Leconte, diferente de Branagh, e até porqu6e não dá para rivalizar com a brutal diferença nos orçamentos, aposta em um filme menor, mais minimalista, mas superior em construção de atmosfera e personagens. O filme é adaptação o livro ‘Maigret e a jovem morta”. O Comissário Maigret (Gérard Depardieu) investiga a morte de uma jovem de vestido de noite encontrada numa praça parisiense, esfaqueada brutalmente. Nada permite identificá-la, ninguém parece conhecê-la. Durante a investigação, conhece uma jovem delinquente que se assemelha estranhamente à vítima, despertando nele a memória de outro desaparecimento, mais antigo, que lhe deixou marcas profundas.

Gerard Depardieu está excelente na pele do detetive, e espero que mais livros sejam adaptados para o cinema repetindo a parceria com Leconte/Depardieu. A construção da narrativa, lenta como em narrativas clássicas, é uma delícia para poder perceber detalhes na direção de arte, figurino, trilha sonora, sem o excesso de CGI dos filmes de Branagh. Aqui, não existe um elenco all star, até porquê Depardieu já rouba todas as atenções.

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