"Aids- The unheard tapes”, de Mark Henderson (2022)
Documentário contundente que apresenta durante 3 horas e dividido em 3 partes, um olhar diferenciado sobre a epidemia da Aids que teve início em 1982, mais precisamente, no Reino Unido. A homossexualidade ainda era vista como crime no país e as pessoas poderiam ser presas ou demitidas pelo simples fato de serem gays. Nos Estados Unidos, os primeiros casos de uma doença associada à comunidade gay ainda não havia chegado no Reino Unido.
Com o surgimento de uma casa noturna chamada ‘Heaven”, a comunidade Lgbt poderia se divertir, flertar e conhecer novas pessoas. Terry Higgins era um barman na boate. Um dia, no verão de 1982, ele desmaiou enquanto trabalhava e foi levado às pressas para o hospital. Ele faleceu de AIDS em 4 de julho de 1982, uma das primeiras pessoas no Reino Unido a morrer da doença.
O filme revela pela 1a vez áudios dos primeiros casos de HIV no país, quando ainda não se sabia nada da doença. À medida que a doença crescia, um grupo de pesquisadores pioneiros começou a gravar entrevistas em áudio com homens gays infectados. Essas entrevistas - um relato franco e íntimo da vida no coração da epidemia de AIDS - foram arquivadas na Biblioteca Britânica e nunca foram transmitidas antes. A série os traz à vida com atores dublando as gravações de voz originais. Ver atores dublando e dando vida a pessoas mortas é emocionante. São relatos tristes e falam sobre violência, homofobia, bullying, medo de morrer. Os capítulos se chamam “Ignorância", "A geração da Aids” e “Lázaro”.
O 1o retrata o início da epidemia e o medo de todo o mundo. O 2o foca nos final dos anos 80, com uma geração inteira convivendo com a doença. E o 3o, uma nova possibilidade de sobrevida, com o surgimento do AZT e coquetel. O trabalho dos atores que dublam e que traz sentimentos é arrebatador e bastante dramático. É de sair arrasado ao terminar de assistir ao filme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário