domingo, 11 de setembro de 2022

América Latina


 "America Latina”, de Damiano e Fabio D'Innocenzo (2021)

Os irmãos Damiano e Fabio se tornaram a nova sensação do cinema italiano ao vencerem em 2002 o Urso de prata em Berlim pelo instigante e provocador “Favolacce”. Com o prestígio no mundo cinematográfico, lançaram um ano depois “América Latina”, que concorreu no Festival de Veneza. Dessa vez, os irmãos buscam referências no gênero do suspense psicológico, e em filmes como “O iluminado” ou até mesmo na filmografia de Michael Haneke ou do grego Largo Anthimos para nos apresentar a história de Massimo (Elio Germano).

Massimo é um dentista de classe média alta que vive em uma casa enorme e com arquitetura única no pequeno subúrbio romano de Latina. Ele vive feliz com a clínica, que leva o seu nome, e com sua família: a esposa Alessandra e as filhas adolescentes Laura e Ilenia. Ao buscar uma lâmpada para trocar no porão, ele leva um choque: descobre uma jovem amarrada e amordaçada. Contrariando as expectativas, Massimo, ao invés de soltar a moça, decide descobrir quem poderia ter colocado ela ali: sua esposa? Seu amigo da clínica? Seu pai, com quem mantém uma relação ruim? O filme segue uma espiral confusa retratada através de uma fotografia estilosa e repleta de maneirismos de enquadramentos e filtros. O filme, no entanto, segue frio e sem emoção, faltam informações ao espectador para compreender melhor a história. Pode ser que seja tudo uma crítica ao mundo burguês, ou então, apenas uma brincadeira com clichês de filmes de gênero em recurso já bastante batido. Melhor se prender ao talento do ator Elio Germano, que lembra muito a caracterização de Walter White de Bryan Cranston em ‘Breaking bad”. O final tem um plot twist óbvio para quem prestar atenção ao filme.

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