segunda-feira, 24 de junho de 2019

Mektoub, meu Amor: Canto um

"Mektoub, my love: Canto uno", de Abdellatif Kechiche (2017) Adaptação do livro "La Blessure, La Vraie", de François Bégaudeau, e adaptado pelo próprio cineasta Abdellatif Kechiche, "Mektoub my love" é uma ambiciosa produção cinematográfica composta por 3 partes, cada uma com mais de 3 horas de duração. "Canto um" foi lançado e 2017 e concorreu em Veneza, de onde saiu com vários prêmios.A segunda parte, 'Intermezzo", foi exibida em Cannes 2019 e foi atacada pela crítica, acusada de pornográfica e misógina por conter uma cena de sexo oral real envolvendo a atriz Ophélie Bau, protagonista da parte 1. Abdellatif Kechiche venceu em Cannes 2013 a Palma de Ouro de melhor filme por "Azul é a cor mais quente", um filme sensação por mostrar em mais de 3 horas, cenas de sexo explícito entre duas atrizes interpretando casal de lésbicas. O filme provocou polêmico posteriormente, pois as atrizes acusaram o Diretor de obrigá-las a fazer cenas de sexo contra o desejo delas. Em "Canto um", temos como protagonista Amin, um jovem de origem tunisiana que retorna para Sete, vilarejo pesqueiro ao sul da França, após 1 ano de estudo de Medicina na Faculdade em Paris. Ele vai passar as férias de verão de 1994 na cidade natal, e acaba reencontrando sua família, parentes e amigos, entre eles, Ophelia, por quem Amin sempre nutriu paixão platônica. Ophelie namora Clement que está fora do País em trabalho militar. Ela tem como amante Toni, primo de Amin, rapaz sedutor e que transa com todas as garotas da região. Amin está desiludido com a medicina e quer ser fotógrafo e roteirista de cinema. No caminho, ele conhece garotas em férias e circula pela praia, boite e bares com seus amigos e as meninas. Filme 100% hedonista, com a juventude linda e bronzeada percorrendo as 3 horas de filme transando, exibindo corpos, bebendo, dançando,falando futilidades, traindo, flertando e no caso de Ophelia, cuidando das ovelhas da fazenda do pai. É um filme totalmente em registro documental naturalista, como se ligassem a camera do celular e deixassem as pessoas falando por horas qualquer tipo de assunto. O que chama a atenção é a total espontaneidade do elenco, algo que Abdellatif Kechiche faz muito bem, extraindo o que há de melhor do seu elenco. Mas fora toda essa beleza visual do filme, intensificada por uma fotografia ensolarada e exuberante registrando as locações de forma paradisíaca, o filme entedia bastante com um discurso sobre o nada. Como é chata essa garotada!

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