domingo, 23 de junho de 2019

Circuito

"Circuit", de Dirk Shafer (2001) O Cineasta Dirk Shafer co-escreu o roteiro de "Circuito", e acabou criando um ambicioso épico sobre o universo LGBTQ+ em Los Angeles do inicio dos anos 2000, antes mesmo do 11 de setembro. Sexo, drogas e música eletrônica são o cardápio de uma fábula hedonista sobre a busca do prazer, associado ao culto do corpo, da juventude, das pistas de dança e muito sexo sem compromisso. Dirk se baseou na história de um amigo para escrever o roteiro: seu amigo se suicidou aos 30 anos de idade, não suportando a dôr de envelhecer e perder o frescor da juventude. John é um policial de Illinois. Ele é transferido para Los Angeles e se hospeda na casa de um amigo, que namora um rapaz, Gill. Logo John é apresentado ao mundo gay da cidade, voltada para as festas de música eletrônica, frequentada por gays musculosos, mais preocupados em tomar hormônios e cultuar o corpo e a juventude. John conhece Hector, um garoto de programa que não aceita envelhecer. Hector apresenta as drogas sintéticas para John, que acaba se rendendo ao culto hedonista do corpo e do prazer desenfreado. Não dá para entender com um filme com um roteiro tão frágil, consiga ter 130 minutos de duração, é interminável. Sem ritmo, com personagens demais entrando e saindo do filme, Dirk Shafer quiz traçar um painel pretensioso do mundo gay de Los Angeles, mas acabou se afastando de seus protagonistas e enfraquecendo a trama. Tecnicamente o filme tem problemas: a fotografia é escura demais nas cenas noturnas, e a edição deixa sobras em muitas cenas, deixando o ritmo frouxo. Mas a parte mais crítica do filme é em relação ao elenco: provavelmente escalados pela beleza física e do corpo, os protagonistas não seguram a onda dos seus personagens. São atuações amadoras e em alguns casos, constrangedores. Se a intenção do espectador é dar uma de voyeur, pode ser que goste bastante. Mas se for buscar um filme com qualidades de interpretação, vai ficar devendo. O mais triste é ver que Nancy Allen, que estrelou vários clássicos de Brian de Palma, além da franquia "Robocop", está mal aproveitada e com uma triste performance.

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