sábado, 1 de junho de 2019
Dias vazios
"Dias vazios", de Robney Bruno Almeida (2018)
Escrito e dirigido por Robney Bruno Almeida, 'Dias vazios" competiu no Festival de Tiradentes 2019. Longa de estréia do cineasta goiano, o filme se passa na pequena cidade de Silvânia, no interior de Goiás. O filme tem como temas o desencanto da juventude e o suicídio, e como muitos filmes recentes brasileiros, são filmes bastante pessimistas.
Livremente adaptado do livro "Hoje Está um Dia Morto", escrito por André de Leones, o filme se passa em duas épocas distintas e com dois casais separados pelo tempo.
Jean e Fabiana estudam em um colégio católico. Namorados, eles não sabem o que fazer de suas vidas assim que se formarem. Ambos demonstram o desejo de sair da cidade, mas não encontram estímulo para tal. Jean acaba se suicidando com um tiro na cabeça, e Fabiana desaparece. Dois anos depois, Daniel e Ailana estudam no mesmo colégio.Igualmente apáticos, suas vidas espelham a de Jean e Fabiana. Daniel decide escrever um livro sobre Jean e Fabiana, e imagina um final para Fabiana. Aos poucos, a identificação entre os 2 casais vai cada vez mais se aproximando.
Corajoso por tratar do tema do suicídio de forma crua e sem apelações melodramáticas, "Dias vazios" não deve ser visto por pessoas depressivas. Um alerta contra a apatia dos pais e da sociedade, além da Igreja, fortemente criticada no filme, que nada ou pouco fazem para salvar as vidas de jovens depressivos. Com um ótimo elenco de jovens, preparados por Fátima Toledo, e a participação especial e bastante significativa de Carla Ribas no papel de uma freira, o filme incomoda pelo tema, mas faz vislumbrar um cineasta com domínio de sua narrativa.
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